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Governo apresenta unidades de referência no tratamento da hanseníase a representantes da OMS
Os representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e do Ministério da Saúde visitaram, nesta terça-feira (31), o Hospital Aquiles Lisboa (HAL) e o ambulatório do Hospital Dr. Genésio Rêgo. As unidades são referências no tratamento da hanseníase no Maranhão e pertencem à rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A visita serviu de marco para as ações que deverão ser implementadas em todo o estado no enfrentamento à hanseníase. O Maranhão firmou compromisso de erradicar a doença até 2030 e, ainda, possibilitar a ampliação da oferta de tratamento na rede pública de saúde.
“Ficamos muito felizes com a visita da comitiva, principalmente pelo interesse de conhecer a nossa expertise quanto ao tratamento ofertado, de como funciona o fluxo das unidades referência e do acolhimento realizado pelos profissionais aos pacientes. Sem dúvidas, isso tudo se somará ao que queremos implementar para que tão logo consigamos erradicar a hanseníase no Maranhão”, disse o secretário Tiago Fernandes.
Dentre as estratégias para alcançar o objetivo estão o treinamento de profissionais que atuam na Atenção Primária dos municípios, ampliação da assistência para diagnóstico e tratamento, aprimoramento das ações de busca ativa para novos casos e investimento nas medidas de educação em saúde junto à população quanto ao surgimento de manchas ou lesões na pele.
Segundo o diretor do Programa Global de Hanseníase da OMS, Dr. Venkata Pemmaraju, a forma contínua com que o tratamento é ofertado foi o que mais chamou atenção. “Tudo é muito bem organizado, desde o acolhimento ao diagnóstico, aconselhamento psicológico e o pós-tratamento. É uma política rara de se presenciar, coisa que os outros estados ainda não atentaram para que pudesse ser feita de forma extensa e contínua como aqui. Com certeza é algo que precisa ser levado para outras cidades, estados e até países”, elogiou.
A comitiva esteve no Hospital Aquiles Lisboa, unidade localizada na Ponta do Bonfim, região anteriormente conhecida como Colônia do Bonfim, onde as pessoas diagnosticadas com hanseníase no Maranhão passaram a morar.
No HAL, o tratamento conta com assistência de internação, reabilitação, serviço de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia, além de suporte nas especialidades de ortopedia, neurologia, reumatologia, clínica geral e pediatria. A equipe também esteve no ambulatório do Hospital Dr. Genésio Rêgo, situado no bairro da Vila Palmeira, em São Luís.
Em 2022, a unidade diagnosticou 194 novos casos da doença, com 34 pacientes reingressos e outros cinco recidivos, que é quando a bactéria se manifesta novamente. Atualmente, 2.004 pacientes estão em tratamento na unidade.
Também participaram da visita o consultor nacional em Tuberculose e Hanseníase da OPAS/OMS Brasil, Kleydson Andrade; os consultores da coordenação de Vigilância das Doenças em Eliminação da SVS/Ministério da Saúde, Alexandre Casimiro e Margarida Cipriano; a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Tayara Pereira; a chefe do Departamento de Epidemiologia da SES, Mayrlan Avela; e a coordenadora do Programa Estadual da Hanseníase, Maria Raimunda Mendonça.
Sobre a doença
A hanseníase é uma doença que atinge pele e nervos periféricos, podendo levar a sérias incapacidades físicas. Os principais sintomas são manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo, com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, ao tato e à dor; caroços avermelhados, às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas; áreas com diminuição de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo, levando a uma perda da força do quinto dedo da mão.
O primeiro atendimento é realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde são realizados os exames para diagnóstico e dispensação de medicamentos para os confirmados. Aqueles cujo quadro clínico demandar maior complexidade são encaminhados para uma das duas referências estaduais para a lesão de pele a fim de ser realizada a assistência necessária.