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SES e IFMA fortalecem ações de capacitação de pacientes assistidos no CAPS AD Estadual
Doze pessoas assistidas pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD Estadual) receberam, nesta sexta-feira (10), o diploma de formatura do curso profissionalizante de Eletricidade Básica Residencial. A iniciativa, executada em parceria com o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) Campus São Luís-Monte Castelo, com duração total de dois meses.
Dulcineia Barros, de 38 anos, é paciente do CAPS AD Estadual há três meses e se disse feliz. Para ela, o curso serviu tanto como incentivo à profissionalização, como também para superar medos. “Tudo que a gente quer é ser visto de outra forma. Para a sociedade nós somos apenas ex-usuários, mas isso não é verdade. Eu não tenho palavras para descrever esse momento, pois mostra que eu sou capaz de evoluir e que no final das contas eu posso ser o que eu quiser”, disse.
Esta é a segunda turma formada no curso profissionalizante em Eletricidade Básica Residencial, a primeira foi no ano de 2019, onde 15 pacientes foram diplomados. O intervalo se deu em razão da pandemia de Covid-19. Com isso, a iniciativa chega a 27 pacientes assistidos pelos CAPS AD Estadual, da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), formados em um curso profissionalizante.
As aulas teóricas foram realizadas no CAPS AD e a etapa prática no laboratório do IFMA Campus Monte Castelo. No currículo, os pacientes aprenderam noções básicas sobre pontos de iluminação, circuitos elétricos, posição do quadro de distribuição, execução de projetos e a quantidade de equipamentos ligados que a fiação suporta por cômodo.
“A intenção não é só tratar a questão da dependência química. É também fortalecer a prevenção e a ressocialização. Iniciativas como esta ajudam a tirar o paciente da ociosidade, contribuem para o processo de qualificação devido às perdas educacionais em razão do envolvimento com as drogas ao longo da vida, além de darem uma profissão para que ao receber alta da unidade”, afirmou o coordenador do CAPS AD Estadual, Marcelo Costa.
Quem também estava se formando era Jurandir Pereira, de 49 anos, paciente do Centro desde outubro do ano passado. Pedreiro de profissão, ele encontrou na qualificação uma forma de ampliar os conhecimentos e cuidar da saúde mental. “Agregar conhecimento é indispensável porque ele abre portas. Sabemos que o mercado de trabalho está muito competitivo, então isso serve também como uma forma de nos reinserir na sociedade”, comentou.
O diretor geral do Campus Monte Castelo, Claudio Torres, destacou que o processo de aprendizagem provoca transformações. “O movimento de aprender algo novo contribuiu para a forma como eles observam as situações, despertando a curiosidade. Isso ajuda tanto no processo de ressocialização como também de formação para uma nova profissão”.
Para o coordenador do curso e professor de elétrica do IFMA, Fábio Sales, cumpriu-se o papel social que toda instituição de ensino deve ter. “Foi importante para aumentar a autoestima dos pacientes. Além disso, aproxima a escola da comunidade ao contribuir com a valorização dessas pessoas, revelando o potencial que cada uma delas têm”, complementou.
Também participaram da mesa de abertura de formatura o diretor do Departamento de Extensão do IFMA Campus São Luís (Monte Castelo), Santiago Sinésio Andrade Filho; o titular do 3º Distrito Policial, representando a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-MA), Joviano Furtado; e o representante do Instituto Vida e Saúde (INVISA), Celton dos Anjos.