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Criança submetida a procedimento médico cardíaco inédito no Hospital Carlos Macieira recebe alta

Em meio a abraços, beijos e muita emoção, Samila Gabriele Pereira, de quatro anos e nove meses, deixou o Hospital de Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira (HCM), em São Luís (MA), carregando uma história que simboliza a força e a vitória. A criança, que foi submetida a um procedimento cardíaco inédito na unidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Oclusão Percutânea de Canal Arterial por cateterismo, recebeu alta nessa terça-feira (21).
Usando um vestido rosa e de mochila nas costas, Samila despediu-se com beijos, falando “casa” e dando tchau aos profissionais que a acompanharam durante toda a jornada.
A coordenadora de enfermagem da pediatria, Larissa do Nascimento, destacou o orgulho e a alegria da equipe. “É algo que nos deixa muito felizes. A alta da Samila é fruto de um trabalho diário, feito com amor e dedicação”, frisou.
No momento da alta, Sandra Cristina Rodrigues, mãe de Samila, descreveu com emoção o alívio e a felicidade de ver a filha recuperada. “O quadro dela era muito grave e foi tratado. Estou muito feliz de levar minha filha nos braços. A equipe é ótima, e ela respondeu bem ao procedimento. Na minha família, todos estão felizes. Desejo a mesma felicidade para outras crianças. Só tenho a agradecer a todos que cuidaram da minha filha”, disse emocionada.
O procedimento, realizado no setor de hemodinâmica do hospital, marcou um novo capítulo na história da família de Samila e da própria unidade hospitalar. Sem necessidade de cirurgia cardíaca, foi implantada uma prótese para fechar o canal arterial, garantindo uma intervenção menos invasiva e com uma recuperação mais rápida para a criança.
Natural de Rosário, Samila foi diagnosticada com Persistência do Canal Arterial, uma cardiopatia congênita que causa sopro no coração.
Internada no dia 14 de janeiro, Samila foi submetida ao procedimento no dia 15. A médica cardio intensivista pediátrica Jéssica Carvalho, que acompanhou a paciente, explicou a importância da intervenção. “Como eu conversei com a mãe, essa é uma das poucas cardiopatias que podemos dizer que se cura. Praticamente o coração dela voltou ao normal. Ela ainda vai precisar de acompanhamento para ajustes de medicações e cuidados com complicações anteriores, mas pode levar uma vida normal”, explicou.
A criança também foi avaliada por uma pneumologista devido a uma estenose de traqueia, complicação que a deixava com a voz rouca e dificuldades respiratórias.
Ainda segundo a cardio intensivista pediátrica, a alternativa cirúrgica tradicional poderia ter exigido uma traqueostomia, aumentando o tempo de recuperação e trazendo mais desafios para a criança. Diante disso, a opção pelo procedimento minimamente invasivo foi considerada a melhor solução.