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Governo entrega Ambulatório de Epilepsia de Difícil Controle na Casa de Apoio Ninar
- 6 de fevereiro de 2024
- Postado por: Andréa Gonçalves
- Categoria: Sem categoria
O Governo do Maranhão, por intermédio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), ampliou a assistência aos pacientes com epilepsia, com a entrega, nesta terça-feira (6), do Ambulatório de Epilepsias de Difícil Controle, instalado na Casa de Apoio Ninar, em São Luís. O serviço multidisciplinar vai atender crianças até 12 anos.
“Este é mais um compromisso de ampliação da nossa rede de saúde, que tem essa grande Casa de Apoio. Um serviço que vai trazer novas alternativas terapêuticas importantes, guiadas por profissionais competentes e experientes, dando mais oportunidades de tratamento e qualidade de vida aos pacientes,” disse o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.
O quadro do ambulatório é composto por médicos, neuropediatra, pediatria, gastropediatria, oftalmologia, ortopedia, além da equipe multidisciplinar. Estão incluídas nas terapias para epilepsia de difícil controle ofertadas pela unidade a dieta cetogênica e a cannabis medicinal.
É considerada epilepsia de difícil controle ou refratária a persistência na frequência das crises epilépticas após o uso de pelo menos duas medicações devidamente indicadas para o tipo de epilepsia do paciente (focal ou generalizada), utilizadas em associação ou não com outras. A falta de controle das crises pode resultar nos pacientes prejuízos cognitivos, motores, psicológicos e sociais.
A vendedora Jamile Quadros, de 34 anos, é a mãe da Manoela, de 5 anos, que recebe assistência no Ambulatório de Epilepsias de Difícil Controle, na Casa de Apoio Ninar.
“A Manuela começou o atendimento dela aqui com dois anos e meio. Ela foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista, TEA, mas ela também tem epilepsia e é portadora de um gene raro, o GRIN2B, e foi através da Casa de Apoio que a gente começou a descobrir essas outras”, frisou. E acrescentou: “A Manoela, agora, está sem controle dos espasmos, principalmente nas pernas, e aí é por isso que eu vim atrás da doutora Patrícia. Nós vamos começar a investigar se ela tem a epilepsia refratária”, explicou.
“Estar aqui na Casa de Apoio, eu acho que é assim, é salvar vidas de pacientes e famílias. A Valentina começou a apresentar as crises ainda bebê, com seis meses, eu não tinha noção do que era até ser diagnosticada com a epilepsia de difícil controle pela doutora Patrícia. Tudo isso foi um processo, ela tinha tanta crise que eu não conseguia contar, e hoje toma quatro medicações e tem menos crise. Assim, ela pode fazer as demais terapias e fisioterapia. É como a doutora disse: a gente tem mais qualidade de vida, porque eu aprendi muita coisa aqui, nós somos orientados de várias formas. O ambulatório é uma vitória. E a notícia boa é que Valentina chamou mãe pela primeira vez”, comemorou Valquíria Viegas.
Entre os critérios para inclusão estão: a persistência na frequência das crises epilépticas após o uso de pelo menos duas medicações devidamente indicadas para o tipo de epilepsia do paciente (focal ou generalizada), utilizadas isoladamente ou em associação; pacientes com epilepsia refratária de causa sintomática (malformação em sistema nervoso central), encefalopatias epilépticas graves da infância (incluindo Síndrome de Lennox Gastaut, Doose, Dravet, West etc.); os que possuírem o Cartão Nacional de Saúde (CNS), e que estejam em atendimento na Rede Estadual de Saúde do Estado do Maranhão, entre outras.
A neuropediatra do ambulatório, Patrícia da Silva Sousa, explicou sobre a importância da instalação no equipamento na rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES). “O que há de mais novo em tratamento nós poderemos ter acesso aqui. O diagnóstico é difícil e às vezes o paciente chega ao consultório tardiamente. Por isso que é tão importante o diagnóstico precoce do tipo de epilepsia que ele tenha, e o segmento correto. Saber se ele teve acesso à medicação específica para o seu tipo de epilepsia, porque algumas vezes o paciente pode estar em uso de medicações ante crises, mas que não são as adequadas para aquele tipo de epilepsia que ele tenha, e aí ele é um falso refratário”, explicou.
“E, uma vez que a gente possa ajustar essas medicações, esse paciente vai ter então uma melhora clínica e conseguimos oferecer mais qualidade de vida para esse paciente e sua família”, completou Patrícia da Silva Sousa.
Agendamento
A marcação de consulta e exames serão no Ambulatório de Epilepsias de Difícil Controle, instalado, na Casa de Apoio Ninar, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. O equipamento da rede da SES é gerenciado pelo Instituto Acqua.