SES promove simpósio sobre farmácias vivas, óleos medicinais e cannabis

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou, nesta quinta (12), o “I Simpósio de Plantas Medicinais do Maranhão”, no Palácio Henrique de La Rocque, em São Luís (MA). O evento reuniu gestores, pesquisadores e estudantes de farmácia para discutir a importância do uso racional da fitoterapia e das plantas medicinais sobre a perspectiva das farmácias vivas, óleos medicinais e cannabis.

A programação destacou também os resultados do Programa Farmácia Viva Hortos Terapêuticos, executado por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) no Maranhão.

“O Farmácia Viva é extremamente relevante para o SUS e para o Maranhão, visto que a nossa população é uma população de povos originários, em que grande parte está nos territórios quilombola e indígena. Além disso, as plantas medicinais têm sua comprovação científica e benefícios, e o programa vem com essa intenção de aliar o conhecimento popular à necessidade de saúde, agregando saberes que ajudarão de forma integral e holística”, afirmou a secretária adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da SES, Deborah Campos.

Entre os temas pontuados no simpósio destacam-se: “Desenvolvimento de bioprodutos”, “Estudos das atividades farmacológicas de plantas medicinais”, “Terapias naturais e suas evidências médico-científicas”, “Óleos essenciais”, “Suplementação com fitoterápicos”, “A influência do uso de plantas medicinais nos exames laboratoriais”, entre outros.

O Farmácia Viva Hortos Terapêuticos do Maranhão foi criado, em 2016, pelo Governo do Estado. A iniciativa está presente em 180 cidades maranhenses, contabilizando 65 hortos implantados no estado.

“Serão dois dias em que poderemos trabalhar a parte científica, respeitando a ancestralidade e mostrando de onde veio todo o estudo sobre as plantas medicinais. Além disso, também falaremos sobre a parte clínica, principalmente por estarmos em um estado cujo bioma é muito rico, abrindo espaço para debates necessários, como é o caso da Cannabis Medicinal”, pontuou a coordenadora estadual do Programa Farmácia Viva, Kallyne Bezerra.

O evento promove o debate sobre a Cannabis Medicinal, que foi abordado pelo diretor e fundador do Instituto Tricomas, Asaf Castro. “O nosso principal desafio, hoje, aqui, é lutar e mostrar a necessidade de democratizar esse acesso, que já existe, mas ainda é elitizado”, comentou Asaf.

Prestigiando a abertura do simpósio, o presidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), Sandro Montenegro, pontuou que a Farmácia Viva é uma cultura que precisa ser fortalecida. “É necessário buscar fortalecer a iniciativa, principalmente nas prefeituras municipais, para que a gente possa imbuir, levar esse conhecimento aos agricultores e agricultoras familiares, às famílias pequenas, que têm pouco acesso à sua massa pelo custo também”.

A professora de farmacologia e fitoterapia Mary Anne Bandeira, participou do simpósio e elogiou a SES do Maranhão por promover o tema “Farmácias Vivas no Brasil: a experiência do Ceará”.

“A farmácia viva é planta medicinal do povo para o povo, e também um diamante da Atenção Primária à Saúde. Diante disso, vamos abordar algumas reflexões de como instalar a iniciativa nas comunidades, observando o tipo de modelo de farmácias vivas, a importância da validação científica das plantas medicinais e a forma segura de orientar os níveis de complexidade; desde a preparação de remédios caseiros, à preparação da droga vegetal e dos fitoterápicos com todo o critério farmacotécnico do SUS”, explicou a professora.

Mary Anne também é coordenadora do Horto de Plantas Medicinais do professor Francisco José de Abreu Matos e do Programa Farmácias Vivas da Universidade Federal do Ceará.

Ainda estiveram presentes o superintendente de Atenção Primária da SES, Willian Ferreira; a coordenadora da Força Estadual de Saúde do Maranhão, Adriana Mota; o diretor geral do Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Maranhão (IOC/LACEN-MA), Lídio Gonçalves; o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Maranhão, Luiz Fernando Ramos; o investigador de Polícia Civil, da Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico, Diego Santos; e o professor do Departamento de Biologia da UFMA, Eduardo Bezerra.

Nesta sexta-feira (13), a programação dos minicursos será realizada na Escola de Saúde Pública da Maranhão (ESP/MA), localizada na Rua do Giz, no Centro Histórico. No período da manhã, os cursos abordarão temas como: Óleos essenciais; Saúde indígena; Vamos aprender a fazer lambedor?; Ginecologia natural, e Minha folha, minha cura.

A agenda de minicursos prosseguirá no período da tarde, com aulas sobre Hortos terapêuticos na saúde prisional; Os 10 mandamentos da Fitoterapia; Suplementação com fitoterápicos; Vamos falar sobre Cannabis?; Tai Chi Chuan, e Naturopatia (as plantas medicinais na saúde da mulher e do homem).