SES capacita profissionais de saúde da Maternidade Benedito Leite sobre aplicação do Protocolo de Manchester

Unidade da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Maternidade Benedito Leite, em São Luís, realizou este mês o treinamento das equipes de enfermagem com foco na aplicação do Protocolo de Manchester, usado na classificação de risco em emergências obstétricas. A ferramenta é importante para as demandas específicas da maternidade que têm perfil de assistência de média complexidade a pacientes em idade gestacional a partir das 34 semanas.

O Protocolo de Manchester leva em consideração as diversas condições clínicas que podem afetar a gestante e o feto durante o período gestacional, parto e pós-parto imediato como explica a coordenadora geral da maternidade, Mariana Barbosa Ferreira.

“O protocolo consiste em uma sistemática de avaliação rápida, baseada em cores que indicam o grau de gravidade do quadro clínico do paciente. As cores, que vão do vermelho (urgência máxima) ao verde (menos urgente), permitem uma rápida identificação das necessidades do paciente e a priorização do atendimento. Os critérios de classificação de risco no contexto obstétrico abrangem uma série de aspectos, incluindo sinais vitais maternos e fetais, queixas e sintomas da gestante, condições obstétricas prévias e em curso, bem como fatores de risco para complicações durante a gravidez, parto e puerpério”, disse.

As pacientes em atendimento emergencial classificadas com a cor vermelha são as que estão em trabalho de parto ou com deslocamento de placenta, com Síndrome Hipertensiva Especifica da Gravidez (SHEG) ou outras complicações. As pacientes identificadas com pulseira laranja são as que não podem aguardar muito tempo com tempo máximo de atendimento de até 10 minutos. Pacientes com pulseira amarela estão classificadas para atendimento de até 60 minutos, que são os casos de diabetes gestacional, bolsa rota, entre outras situações. A pulseira verde classifica atendimentos de pouca urgência, com tempo de até 120 minutos, geralmente em situação de pródromos; e, por fim, recebem a pulseira azul as pacientes que podem ser atendidas em até 240 minutos.

A aplicação do protocolo é de extrema importância para garantir que as gestantes recebam o atendimento adequado e oportuno, conforme a gravidade de sua condição. Uma triagem eficaz permite a identificação precoce de complicações potencialmente graves, possibilitando intervenções imediatas que podem salvar vidas maternas e neonatais. Além disso, a classificação de risco adequada contribui para a organização do fluxo de atendimento na maternidade, otimizando o uso dos recursos disponíveis e reduzindo o tempo de espera para as gestantes em situações de emergência. A capacitação foi realizada em 21 de março na unidade.

Sobre a maternidade

A unidade de saúde oferece atendimento de urgência e emergência em obstetrícia em São Luís com 51 leitos de enfermaria para o alojamento conjunto de gestantes em pré-parto, parto e puerpério. A unidade de saúde dispõe também de serviço de UTI neonatal, com estrutura de 10 leitos e apoio à amamentação, com serviço de coleta domiciliar de leite humano para pasteurização e oferta aos bebês internados; além de serviços de exames de imagem em análise clínica, ultrassonografia, teste rápido de HIV e triagem neonatal (pezinho, linguinha, orelhinha e coraçãozinho).

A maternidade realiza ainda rodas de conversa, semanalmente, com gestantes e um serviço de planejamento reprodutivo com inserção de DIU e outros métodos contraceptivos. Em 9 anos, a maternidade já realizou 1.987.890 atendimentos e 47.477 partos. A unidade é gerenciada pelo Instituto Acqua.