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Hospital de Câncer do Maranhão é referência em reconstrução mamária de pacientes em tratamento na rede estadual de saúde
Na rede da Secretaria de Estado da Saúde, o Hospital de Câncer do Maranhão é referência também para procedimentos de reconstrução mamária de pacientes em tratamento contra o câncer de mama. A cirurgia é indicada para mulheres que passaram por uma mastectomia, procedimento de remoção completa da mama utilizado no tratamento contra a doença.
Entre julho de 2022 a agosto de 2023, o Hospital de Câncer do Maranhão realizou 62 cirurgias mamárias, sendo 47 de quadrantes e 15 de plástica com reconstrução e implante de prótese mamária.
De acordo com a mastologista e oncologista que atua na unidade, Ana Gabriela Caldas Oliveira, para esse tipo de tratamento, as pacientes devem atender a um perfil específico para fazer o procedimento. “A reconstrução imediata segue critérios inerentes ao tipo de tumor, sua extensão na mama, localização na mama, sua resposta ao tratamento de quimioterapia feito antes da cirurgia e suas condições clínicas que possibilitem o tratamento, assim como seu consentimento. É importante que a paciente entenda que não se trata de cirurgia estética da mama, e sim reparadora, dentro de um contexto oncológico”, explicou a especialista.
A reconstrução imediata é realizada logo após a cirurgia de remoção da mama. Ao acordar do procedimento, a paciente já tem a mama reconstruída, o que diminui a necessidade de intervenções adicionais. Já a reconstrução tardia é feita após a mastectomia, sendo uma opção para as mulheres que precisam de tratamentos adicionais antes da reconstrução.
A liberação para o procedimento é feita por mastologista e oncologista, sendo necessário que a paciente tenha encaminhamento. “A utilização do implante pode ser na retirada total ou parcial da mama, bem como na simetrização da mama contralateral, para dar um aspecto mais harmônico das mamas para as pacientes”, acrescentou Ana Gabriela.
O tratamento rápido, permitido pelo diagnóstico precoce, fez com que Nereide Rodrigues Ferreira Sousa, de 47 anos, recebesse a assistência em saúde oportuna. Natural de Cedral, município situado ao norte do estado, localizado a 158 km de São Luís, ela relatou que realiza o preventivo regularmente, e que foi dessa maneira que o câncer de mama no estágio inicial foi identificado.
“Anualmente faço o exame preventivo de mamografia. Principalmente, após 2016, quando notei um pequeno nódulo durante o banho em uma das mamas, que depois foi considerado não cancerígeno e retirado. Até que em março do ano passado, durante o exame, notaram algo diferente. Fui transferida para São Luís a fim de fazer a biópsia, quando recebi a confirmação para o câncer de mama”, pontuou Nereide Rodrigues.
No resultado acusou que ela tinha Carcinoma Ductal in Situ ainda em estágio inicial. Esse tipo é considerado não invasivo, quando as células cancerígenas não se disseminaram através das paredes dos ductos para o tecido mamário adjacente.
“Eu não sentia nada e ele também não apresentava nenhum sinal. Quando recebi a notícia, confesso que não senti medo, apenas depois de fazer a cirurgia e durante as sessões de radioterapia”, frisou.
Devido à precocidade do diagnóstico, no caso de Nereide Rodrigues, foi indicada a retirada do quadrante da mama onde o câncer estava. “Foi um grande alívio saber que eu não precisaria tirar a mama toda, e mesmo que precisasse iria colocar prótese depois. A equipe foi muito prestativa, e eu não senti medo em momento algum”, complementou.
Segundo a filha de Nereide, Patrícia Sousa, de 30 anos, o diagnóstico precoce salvou a vida de sua mãe. “Quando mamãe foi fazer a cirurgia, eu me senti muito apreensiva, mas a tranquilidade e confiança transmitida pela equipe foi o que me acalmou”, disse.
Nereide Rodrigues segue em acompanhamento no Hospital de Câncer no Maranhão. “Eu sou uma pessoa feliz. Depois do câncer aprendi a dar mais valor à minha vida, me priorizar, não pensar no amanhã, fazer o que precisa ser feito, não planejar o futuro e viver um dia de cada vez”, pontuou.
No Maranhão, além do Hospital de Câncer do Maranhão, o Ministério da Saúde também habilitou o Hospital Aldenora Bello, instituição filantrópica, para realizar o procedimento de reconstrução mamária.