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Governo realiza mutirão de cirurgias de fissura labiopalatina na rede estadual da saúde
- 18 de dezembro de 2023
- Postado por: Andréa Gonçalves
- Categoria: Cirurgias eletivas Notícias
“O mutirão é um alívio, porque sabemos que ele vai passar por essa cirurgia e vai se recuperar bem”, disse Graciane da Silva Reis, mãe do Isaías Reis de Sousa, de quatro anos. Natural de São Domingos do Maranhão, Isaias é um dos 54 pacientes beneficiados pelo mutirão de cirurgias de fissura labiopalatina, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). A ação teve início nesta segunda-feira (18) e prossegue até sexta-feira (22), no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos e no Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), em São Luís.
Isaías nasceu com fissura no lábio e palato. Ele já passou pelo primeiro procedimento e agora fecha o arco de procedimentos com a cirurgia no palato. “Estou ansiosa para ver. A gente fica com um pouco de medo, mas ao mesmo tempo pede forças para Deus que vai dar tudo certo, que será rápido, a recuperação também. O hospital e os médicos farão muitas crianças e famílias felizes”, compartilhou Graciane da Silva.
Do total de pacientes triados, 50 são crianças e quatro são adultos. Os procedimentos em pacientes infantis acontecem no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos, enquanto que o de pacientes adultos no HCM. A triagem com avaliação médica foi realizada no Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (Ninar). Durante os exames pré-operatórios, os acompanhantes foram orientados quanto às recomendações sobre os cuidados com alimentação no período pós-cirurgia.
“A cirurgia de correção, tanto do lábio, como da fenda palatina, traz benefícios estéticos e para a saúde, seja da criança ou do adulto. Com o procedimento, os pacientes conquistam uma melhor deglutição, evolução no processo de fala, formação dos ossos da face, melhorando a qualidade de vida”, disse a superintendente de Assistência à Saúde da SES, Josélia Alves.
A fissura labiopalatina é uma abertura na região do lábio e/ou palato (céu da boca). O tratamento de fissura labiopalatal começa desde o momento em que a mãe recebe o diagnóstico, logo no pré-natal. As primeiras intervenções cirúrgicas são de lábio e palato, acompanhada do procedimento de enxerto na gengiva para o nascimento dos dentes.
O procedimento operatório é delicado e leva em média 6 horas. As cirurgias são iniciadas logo no terceiro ou quarto mês de vida da criança, pois a fissura é identificada ainda na gestação do bebê. Os pacientes fissurados são acompanhados por profissionais da odontologia, medicina, enfermagem, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia e nutrição. Após as cirurgias, os pacientes conseguem recuperar a fala e muitas vezes até a audição.
O Yuri dos Anjos, de um ano e dois meses, também foi atendido na ação da SES. Ele foi diagnosticado com fissura labial no nascimento lá na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (Macma). Para a mãe dele, Ruth Cássia dos Anjos, a cirurgia vai melhorar a qualidade de vida da criança. “Eu fico contente porque ele poderá crescer sem sofrer bullying, além da qualidade de vida também”, compartilhou.
Antônia Vanessa da Silva e o filho José Miguel, de três anos e 10 meses, são de Poção de Pedras. Ela soube que a criança tinha a fissura quando estava no quinto mês de gestação durante o ultrassom morfológico. “Logo após o nascimento dele, em 2020, nos mudamos para Fortaleza onde ele fez a primeira cirurgia. Quando retornamos para o Maranhão, demos entrada para realizar a cirurgia do palato, mas ele sempre adoecia, porém desta vez deu tudo certo e agora eu sinto que era uma parte de mim que faltava que se realiza”.
Para fazer o acompanhamento dos pacientes com fissura labiopalatina, a SES implantou o Serviço de Deformidades MaxiloFaciais, formado por cinco equipamentos que integram a rede estadual de saúde do Maranhão. São elas: o HCM, o Hospital Dr. Juvêncio Mattos, o Centro Ninar, a Unidade Sorrir e a Macma.
A diretora técnica do Hospital Dr. Juvêncio Mattos, Lelia Braga, pontuou que o ganho será integral, tanto do paciente como de seus familiares. “Os procedimentos serão feitos por partes. Primeiro será feita a correção da fenda no lábio para posteriormente fazer a intervenção no palato. Do ponto de vista clínico, o principal ganho é funcional, impactando na alimentação e comunicação, além da autoestima e dignidade”.
“O envolvimento não pode ser apenas multiprofissional, mas também dos familiares. A meta é divulgar para toda a sociedade, profissionais médicos e unidades maternas, que o diagnóstico pode ser feito ainda na gestão e uma vez confirmada a fissura, fazer o encaminhamento para que desde o ventre a criança e a família recebam o suporte que merecem”, disse o cirurgião plástico, Júpiter Newler.
A ação do Governo do Estado é fruto de emenda parlamentar do deputado estadual Carlos Lula.