Governo atende pacientes adultos no mutirão de cirurgias de fissura labiopalatina no Hospital Dr. Carlos Macieira

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realiza, nesta semana, mutirão de cirurgias de fissura labiopalatina aos pacientes que integram o Serviço de Deformidades MaxiloFaciais, formado por cinco equipamentos rede estadual de saúde no Maranhão: o Hospital Carlos Macieira (HCM), o Hospital Dr. Juvêncio Mattos, o Centro Ninar, a Unidade Sorrir e a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, todas na capital maranhense. Nesta terça-feira (19) foram atendidos quatro pacientes adultos no Hospital Carlos Macieira. 

O mutirão de cirurgias teve início na segunda-feira (18) com o atendimento dos pacientes infantis no Hospital Juvêncio Mattos e encerra no dia 22 de dezembro. Durante os exames pré-operatórios, os acompanhantes foram orientados quanto às recomendações sobre os cuidados com alimentação no período pós-cirurgia. Ao todo, serão 50 crianças operadas, além dos 4 pacientes adultos. 

A cirurgiã Ingrid Consolato coordena as atividades no hospital de alta complexidade e no hospital infantil. “Estes quatro pacientes adultos têm fenda muito ampla do palato. Vamos fazer correção primária de alguns e outros vamos fazer a palatoplastia secundária. Cada procedimento demora em torno de 4 a 5 horas, dependendo de cada caso. Após a cirurgia, eles seguem em acompanhamento ambulatorial multiprofissional e ortodôntico na rede estadual”, explicou.

A equipe médica conta com a parceria de duas associações brasileiras em fissuras de deformidades, que trouxe dois especialistas para integrar a assistência nas cirurgias: os médicos José Ferreira Filho, do Ceará, e Marcone José Ferreira, do Distrito Federal.

O universitário Flávio Silva Santos, natural de Barreirinhas, é um dos pacientes adultos que realizou a primeira cirurgia aos 21 anos de idade. “Minha mãe chegou a procurar consultas ainda na minha infância, mas considerou que pelo meu nervosismo não seria possível. Com isso, já adulto, vim procurar o hospital. Após a cirurgia, eu melhorei bastante a minha comunicação, a minha voz, o que antes me causava dificuldade de interação social. Hoje, sigo em reabilitação multiprofissional semanalmente e aguardo as novas cirurgias”, finalizou.

Os pacientes com fissura labiopalatina devem ser acompanhados do nascer até os 18 anos, geralmente. As duas primeiras cirurgias são feitas com 6 meses de idade e depois com 1 ano. São intervenções no lábio (a quiroplastia) e no palato. Com 4 anos de idade o paciente é encaminhado para ortodontista (dentista responsável pelo crescimento da face). A partir dos 6 anos, os fissurados recebem um aparelho dentário que prepara a boca para a cirurgia definitiva, aos 18 anos. Antes, na idade entre 10 a 14 anos, é feito um enxerto ósseo, para unir a maxila segmentada. A cirurgia ortognástica é a última etapa. Os pacientes fissurados são acompanhados por profissionais da odontologia, medicina, enfermagem, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia e nutrição. Após as cirurgias, os pacientes conseguem recuperar a fala e muitas vezes até a audição. 

O Hospital Carlos Macieira, da rede da SES, referência em assistência de alta complexidade do Maranhão, é gerenciado pelo Instituto Acqua. 

A ação do Governo do Estado é fruto de emenda parlamentar do deputado estadual Carlos Lula.