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Primeira Operação Resgate de 2020 oferece atendimento de saúde mental e de combate à hanseníase
“Eu quero muito sair desse mundo, cuidar da minha saúde para ver os meus filhos crescer”. O apelo de José Sérgio Santos da Silva, de 42 anos, foi ouvido nesta quarta-feira (15), durante a primeira Operação Resgate de 2020 no Mercado Central, realizada pela Secretaria de Estado da Saúde e 1º Distrito Policial de São Luís.
Na ação, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps Ad Estadual) e a Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), por meio da abordagem social com as pessoas em situação de rua e uso de drogas, ofereceu tratamento para os usuários de álcool e outras drogas na rede de saúde mental do Estado.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, a operação é uma ação necessária e permanente.
“Estamos aqui para oferecer uma saída para que essas pessoas possam vislumbrar um tratamento, uma reinserção social e uma vida com dignidade. Fazemos essa ação com a Polícia Civil, com apoio da Semcas, com uma abordagem social humana. Com a ação resgate, queremos evitar a aglomeração de pessoas em um espaço e também resgatar essas vidas. Já temos histórico de diversas pessoas que passaram por tratamento e estão em processo de reinserção e inseridos novamente na sociedade”, contou Carlos Lula.
José Sérgio Santos da Silva, que aderiu voluntariamente ao tratamento, foi usuário de drogas por 20 anos. “Há dois anos estava limpo, trabalhando numa pizzaria e por conta de um desentendimento familiar, eu acabei voltando. Estou há três meses morando nas ruas, mas não quero mais, eu preciso de saúde, dessa vida, pois só tenho essa”, contou.
Presente na ação resgate, Cleiton Araújo Nascimento, de 27 anos, falou contou sua história após 1 ano de 4 meses de tratamento na Unidade de Acolhimento, Caps AD e Fazenda da Esperança. O jovem fará um estágio na Semcas.
“Quis vir na Ação Resgate para conversar com as pessoas que estão precisando de tratamento e falar pra eles que tem jeito. Estou há um ano e quatro meses sem usar drogas e antes disso cheguei ao fundo do poço. Foram 14 anos no vício do crack e do álcool, mas com ajuda dessa equipe, eu consegui. Vou começar a trabalhar e voltei a me relacionar com a minha família”, disse o jovem.
Além da busca ativa de usuários, a Operação Resgate ofereceu atendimentos clínicos para toda a população, com avaliação dermatológica para rastreamento da hanseníase, aferição de pressão, teste de glicemia, testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite, exames laboratoriais e vacinação.
“Hoje, estamos focando na busca ativa da hanseníase, pois aqui estamos com uma população que está em situação de vulnerabilidade social. O Estado tem lutado para vencer essa doença. As pessoas que forem identificadas com a doença serão referenciadas para um serviço de saúde”, explicou diretor do Caps AD Estadual, Marcelo Costa.
A região do Mercado Central concentra muitos usuários de drogas, pois as pessoas têm fácil acesso aos entorpecentes, têm facilidade para realizar pequenos serviços e assim comprar drogas. Como existem muitas doações de alimentos e roupas, eles permanecem no local.
“Conversamos com essas pessoas em situação de rua, buscando convencê-las de que eles têm tratamento. Hoje já conseguimos levar cinco pessoas, que vão para os diversos serviços de saúde”, explicou o delegado Joviano Furtado, titular do 1º Distrito Policial de São Luís.
Em 2019, aconteceram 16 ações Resgate no Mercado Central, Praia Grande, Cohab, João Paulo e Praça Deodoro, nos quais 80 pacientes usuários de álcool e outras drogas aderiram ao tratamento e foram retirados das ruas. Foram mais de 8 mil atendimentos feitos em assistência em saúde.