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Maranhão alcança quase 50% de aleitamento materno exclusivo entre crianças de até 6 meses
Até os seis meses, o aleitamento materno exclusivo possui inúmeros benefícios, promovendo tanto o vínculo mãe e filho, como também diminuindo o risco de doenças, isso porque o leite materno possui todos os nutrientes necessários para essa idade. Após os seis meses, tem início a complementação alimentar, também conhecida como introdução alimentar.
Sabendo disso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (SES), realizou entre os dias 27 e 28 de abril de 2023 o Encontro de Tutores da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), no auditório do Hospital Dr. Carlos Macieira.
O momento reuniu coordenadores da Atenção Primária, nutricionistas e enfermeiros do Programa Saúde da Família (PSF) de 62 prefeituras do Maranhão, visando implementar ações de aleitamento materno e alimentação complementar saudável nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para crianças menores de dois anos de idade.
Conforme a técnica da coordenação geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Marília Rodrigues, os tutores estão sendo formados por meio do curso à distância. Assim, a formação presencial permite uma troca de experiência e aprendizado entre os profissionais.
“Esta é uma oportunidade dos tutores discutirem e replicarem conhecimento sobre a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, bem como de promover conhecimento sobre aleitamento materno e alimentação complementar saudável”, ressaltou.
Amamentação e Alimentação
Conforme o Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), dados referentes à 2021 revelam que no Maranhão o percentual de aleitamento materno exclusivo, para crianças de 0 a 6 meses, foi de 47%; já a taxa de aleitamento materno continuado atingiu 53%.
Em crianças de 6 a 23 meses, o percentual do consumo de alimentos ultraprocessados foi de 37%; o consumo de bebidas adoçadas chegou a 27%; já a diversidade mínima da dieta alcançou 72%.
“A alimentação saudável começa desde a gestação. A criança, que tem uma alimentação saudável nos primeiros anos de vida, é de esperar que ela tenha desde a infância até a fase adulta um estado nutricional adequado. Estudos já mostram que crianças nos primeiros anos de vida que têm obesidade têm tendência e predisposição a se tornarem adolescentes e adultos obesos. E sabemos que a obesidade está associada a diversas comorbidades”, explicou o coordenador de Alimentação e Nutrição da SES, Leudimar Filho.
Formação
De 2013 a 2019, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, já formou mais de 200 tutores da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. Hoje, o estado possui cerca de 60 tutores ativos. Esses profissionais são responsáveis por replicar e implantar a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), lançada em 2012.
Durante o encontro realizado em abril deste ano, foram debatidos os principais problemas dos municípios relacionados ao aleitamento materno e alimentação complementar do ponto de vista social, biológico e ligados aos processos de trabalho. Também foram realizadas oficinas de trabalho em grupos. Em uma das oficinas, seis grupos ficaram responsáveis por elaborar cardápios para crianças de 6 a 11 meses.
Os municípios desenvolvem ações relacionadas à temática, mas nem todos são certificados pelo Ministério da Saúde. A certificação é feita com base no monitoramento de indicadores dos municípios ligados ao aleitamento materno; alimentação complementar; do estado nutricional da criança; e do registro de oficinas, como a realizada pela SES, no sistema de informação. A formação é um passo para a certificação.
Experiência
Para a nutricionista e tutora, Joselma Santos, do município de Nina Rodrigues, o momento é um passo importante para a retomada das rodas de conversa com as gestantes no município, trabalhando temas que influenciam na gravidez.
“Com todo o aprendizado, podemos levar ações de como devemos trabalhar, montando estratégias e vencendo os problemas ligados ao aleitamento materno e introdução alimentar. Queremos retomar, agora, as rodas de conversas com as mulheres grávidas, para que elas possam amamentar sem problemas”, relevou a nutricionista.
A coordenadora de Atenção Básica de Governador Eugênio Barros e tutora, Anne Karolyne Silva, que pretende realizar uma tutoria com os profissionais de saúde para certificar as sete Unidades Básicas de Saúde por meio da Estratégia, falou da contribuição para o município.
“Essa ação é importante para o fortalecimento da amamentação nos municípios, contribuindo também para o vínculo mãe e bebê. Além disso, é uma forma de implantar a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil em nossa cidade. Quando a amamentação acontece de forma correta, diminui as intercorrências com o bebê e, dessa forma, diminui também o gasto para o município, porque esse bebê adoecerá menos”, contou.
“Se começarmos a fomentar dentro da nossa comunidade e unidades de saúde sobre alimentação complementar saudável e do aleitamento materno, teremos crianças, adolescentes mais saudáveis e, posteriormente, adultos que envelhecerão com menos doenças crônicas. Essas práticas reduzem a mortalidade materna e evitam doenças típicas das crianças”, pontuou a coordenadora da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente de Santa Inês, Josenilma Rocha.
Apoio a municípios maranhenses
A Secretaria de Estado de Saúde promove diversas ações com foco no aleitamento materno, bem como na alimentação saudável para crianças, um dos exemplos é a Estratégia Alimenta e Amamenta Brasil. Além disso, também realiza a Oficina de Vigilância Alimentar Nutricional, na qual qualifica os profissionais da Atenção Primária com relação ao atendimento da criança, da gestante e de toda a família.
A Secretaria também estreita o apoio aos profissionais de saúde dos municípios por meio de contato por telefone, reuniões técnicas, encontros e elaboração de documentos com base em informações do Ministério da Saúde. Uma outra forma é o apoio aos programas de alimentação, a exemplo do Bolsa Família, fortalecimento do Programa Saúde na Escola (PSE) e o Estratégia Proteja, um programa da Atenção Primária voltado para prevenção e tratamento da obesidade infantil.
“Então, o nosso objetivo hoje é esse apoio aos profissionais, qualificá-los para o processo de trabalho em relação ao manejo e vigilância alimentar, bem como para fortalecer as políticas e programas da atenção primária que visam a prevenção da má nutrição”, esclareceu o coordenador de Alimentação e Nutrição da SES, Leudimar Filho.