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Hospital do Maranhão é destaque na redução do risco de mortalidade materna na América Latina
“Esse hospital foi uma benção na minha vida. Eu tive a oportunidade de acompanhar o esforço e o trabalho das equipes para me ajudar. Quando entrei na UTI para visitar meu filho, vi muitos médicos lutando para ajudar as crianças”, conta a vendedora Maria Tatiane Santos, 20 anos. A moradora do município de Itapecuru Mirim está há cerca de dois meses na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA) acompanhando o seu filho prematuro Miguel, que está na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa).
Maria Tatiane teve uma gestação gemelar de risco e uma das crianças veio a óbito ainda dentro da barriga, por conta da complicação. Por conta do risco, a paciente foi encaminhada para a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, unidade que integra a rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), e que é referência para atendimento a gestantes de alto risco. Foi por conta desse trabalho realizado na UTI que a unidade foi destaque entre as UTIs Maternas da América Latina, em 2020, por reduzir o risco de mortalidade entre esse público.
“É com muito orgulho que a gente observa o retorno de todo o trabalho que vem sendo realizado pelo Governo do Estado. Nosso trabalho tem um único objetivo: salvar vidas. Ver que estamos alcançando passos importantes para reduzir a mortalidade materna, nos faz crer que estamos no caminho certo. Vamos seguir em frente, investindo em melhorias”, ressalta o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
O médico intensivista Carlos Sousa explica que, considerando o índice que prevê mortalidade em UTIs na América Latina, a UTI da MACMA conseguiu diminuir o risco de morte relacionado à gravidade dos casos.
“Assim que uma paciente entra na UTI ela é elencada com uma pontuação e essa pontuação prevê a taxa de mortalidade dela na UTI. Se a paciente foi internada e teve previsão de evolução a óbito e realmente evolui a óbito na UTI, esse índice é 1. Se ela não teve a previsão de evolução à morte e morreu, esse índice é acima de 1, e isso é ruim. Agora, se ela entrar com a previsão de evolução para óbito e não morrer, esse índice é abaixo de 1”, explica o médico.
Ele complementa que o destaque ultrapassa o território nacional. “As UTIs na América do Sul são um parâmetro para esse índice e a UTI Materna da Macma obteve o índice de 0,87. O que é um valor muito bom, pois significa que a nossa UTI foi protetora em relação à mortalidade materna. UTIs particulares costumam ter a mortalidade sempre abaixo de 1, mas esse índice é difícil de ser atingido pelas unidades do SUS”, afirma o médico Carlos Sousa.
Em termos percentuais, 13% das pacientes que deram entrada nas UTIs da MACMA com grandes chances de ir a óbito, não morreram. Dessa forma, a MACMA consegue ter um índice de qualidade equivalente aos serviços de UTI particulares. Índice que se deve aos investimentos realizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e pelo Instituto Acqua na unidade, além do trabalho multiprofissional que é ofertado para os pacientes da UTI.
Investimentos
Entre as ações que cooperaram para a melhoria no atendimento da unidade, também está a instalação de 18 leitos de UTI Materna e a ampliação dos leitos de UTI Neonatal, que agora são 30. “Essa estruturação possibilitou a melhoria da assistência tanto para as mães quanto para as crianças que precisam de terapia intensiva. Isso também proporcionou a diminuição do óbito neonatal e perinatal, devido a disponibilidade maior de leitos. A maternidade avançou muito com todas essas vantagens proporcionadas pelo compromisso que a SES e o Instituto Acqua têm para com essa instituição”, pontuou o diretor clínico da MACMA, Hilmar Ribeiro Hortegal.
Além de investimentos físicos, também foi investido na capacitação dos colaboradores, através de projetos como o Lean, realizado através de um treinamento feito por representantes do Hospital Sírio Libanês, que promoveu melhorias no fluxo de atendimento. Os cuidados às gestantes de alto risco também foram intensificados com a Rede Cuidar, serviço pioneiro no Maranhão.
A Rede Cuidar tem o intuito de agilizar o atendimento de intercorrências nos municípios dentro da unidade de saúde com maior capacidade de receber casos de alta complexidade de gravidez de risco.
Entre os mais recentes investimentos na unidade está a entrega de 10 novos leitos de UTI no primeiro semestre de 2021 para casos de Covid-19 e 59 novos leitos clínicos para casos de Covid-19, estrutura que vem contribuindo para salvar a vida de muitas mães que foram diagnosticadas com a doença.