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“É dramática a situação”, alerta secretário Carlos Lula sobre os efeitos da ausência de orçamento de guerra para a saúde
Durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite, nesta quinta-feira (27), Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), cobrou novamente do Ministério da Saúde um financiamento exclusivo para combate à pandemia da Covid-19. Em 2021, o governo federal suspendeu o chamado ‘orçamento de guerra’ para a saúde.
“Os estados estão esgotados, os municípios também. Infelizmente este ano não se previu recursos extras para o Ministério. É dramática a situação. É fundamental a gente ter aporte de recursos para o enfrentamento à pandemia. A gente está com nosso sistema de saúde no máximo, além das nossas capacidades financeiras. Mas não dá para neste momento fechar leito porque não tem recurso”, destacou o secretário.
Pela segunda vez, o Conass e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) entregam ofício ao Ministério da Saúde destacando a crise sanitária e a necessidade de aporte financeiro para estados e municípios. No documento, as instituições solicitam recursos para as ‘ações ligadas ao atendimento hospitalar; ao custeio das ações de atenção primária e atenção especializada; à aquisição de suprimentos, insumos e equipamentos; às ações de vigilância em saúde e à assistência farmacêutica’.
O presidente do Conasems, Willames Bezerra, também reforçou o apelo para a retomada do orçamento de guerra para o SUS. “É mais do que urgente. Nós estamos com uma média de duas mil mortes por dia no país. Precisamos fortalecer o Sistema Único de Saúde para que a população tenha certeza de que vai encontrar o leito hospitalar assim que procurar, vai encontrar uma equipe capacitada e vai saber que naquele local vai encontrar os insumos necessários para seu atendimento”, ressaltou.
O secretário Carlos Lula entregou o ofício ao secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, e garantiu apoio para buscar mais recursos. “A gente entende as razões fiscais do Brasil, a gente entende a crise econômica, mas é fundamental a gente despolitizar a necessidade de dinheiro do SUS. A gente está se colocando ao lado do Ministério da Saúde para tentar sensibilizar a área econômica e o Congresso Nacional”, afirmou.
Em resposta, Rodrigo Cruz prometeu levar o pedido para todas as instâncias do governo federal. “De fato é um desafio muito grande e este é o meu compromisso, vou levar, em nome do ministro Marcelo [Queiroga], a todas as instâncias para que a gente consiga êxito neste pleito e dar um fôlego para todos. Como a gente sabe, esta segunda onda foi, de fato, avassaladora”.
Atualmente, 18 estados apresentam leitos de UTI com percentual de ocupação superior a 80% e a indústria nacional continua com dificuldade para fornecer insumos e medicamentos do ‘kit de intubação’.