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Cirurgias ortopédicas realizadas pelo Governo do Maranhão melhoram a qualidade de vida de crianças com microcefalia
No Maranhão, crianças com microcefalia realizaram cirurgias ortopédicas, e com os procedimentos os pacientes conquistam mais qualidade de vida. O trabalho continuado com esse público é feito pela rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Das 138 crianças que passaram pelo ambulatório para avaliação cirúrgica do Hospital Dr. Juvêncio Matos, em São Luís, 30 delas foram consideradas aptas para intervenção cirúrgica por apresentarem condição adequada. Desse grupo, 12 iniciaram as etapas cirúrgicas e outras 18 aguardam agendamento do procedimento.
Nesta segunda-feira (11), Jade Helena Dominices Silva, de oito anos, foi submetida à terceira cirurgia no Hospital Dr. Juvêncio Mattos. A criança teve diagnóstico de paralisia cerebral, sequela da infecção pelo Zika vírus com quadro de microcefalia.
“É uma melhora gigantesca, porque uma criança que tem vários tipos de deformidade, com o tempo, as contraturas vão aumentando, vão atrofiando. A gente ter a oportunidade de fazer essas cirurgias, que vão melhorar a qualidade de vida, é muito bom”, disse Giuliana Dominices Rocha, mãe da Jade.
Anteriormente, no ano de 2023, Jade Helena já havia passado por uma cirurgia de osteotomia pélvica (quadril), seguida de tenotomia de cotovelo e nas regiões do pulso e punho.
As crianças que realizaram as cirurgias têm idade até 12 anos e, também, são assistidas pela Casa de Apoio Ninar e o Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças – Ninar. Os equipamentos da Rede SES são referência para o cuidado de pacientes com microcefalia, Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), epilepsia de difícil controle e demais transtornos neuropsicomotores.
“Cada paciente pode realizar até seis procedimentos, dependendo da situação que se encontra, do dano motor que apresenta. As crianças com hipertonia generalizada, por causa da paralisia cerebral, podem precisar desde uma osteotomia pélvica, devido a luxação do quadril, tratando os encurtamentos de joelhos, cotovelo, perna, a tenotomias que garantem não apenas mobilidade, mas, também, qualidade de vida”, explicou a diretora técnica do Juvêncio Mattos, Lelia Braga.
A cirurgia a que Jade foi submetida tem por finalidade resolver as contraturas articulares, que são lesões decorrentes da sua condição motora. Nos casos mais leves, é possível tratar com fisioterapia e alongamento, enquanto naqueles em que não há evolução, recorre-se à intervenção química com a injeção com Botox para relaxamento dos músculos contraturados. Somente em último caso que os procedimentos cirúrgicos se tornam uma opção.
Segundo o ortopedista, traumatologista e cirurgião de quadril responsável pela cirurgia de Jade, Alexandre Seabro, o caso dela exige intervenção cirúrgica. “A Jade passou um pouco do período, e mesmo com a fisioterapia e todas as medidas que ela já faz, não está sendo possível fazer os procedimentos menores. Por isso optamos pelo alongamento dos tendões, assim ela poderá esticar a mão e utilizar uma órtese, o que vai facilitar o posicionamento do membro”, afirmou.
O resultado para essas estratégias, em especial a cirúrgica, é a redução do desconforto e dores, o aumento da mobilidade e a diminuição da rigidez dos músculos e articulações. A criança também poderá ter melhores condições de higiene, reduzindo as dores articulares.
Tanto a Casa de Apoio Ninar, como o Centro Ninar e o Hospital Dr. Juvêncio Mattos, são unidades de saúde da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES).