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CER do Olho d’Água faz programação integrativa em alusão ao Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual
O Centro Especializado de Reabilitação do Olho d’Água (CER Olho d’Água) oferece o serviço de Reabilitação Visual. Crianças, adultos e idosos com problemas visuais são assistidos no equipamento da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES). A unidade promoveu esta semana programação alusiva ao Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual.
Participaram da programação, nesta quinta-feira (5), usuários dos serviços do CER Olho d’Água, esportistas do Centro Desportivo Maranhense para Cegos (CEDEMAC) e membros do Associação de Deficientes Visuais do Maranhão (ASDEVIMA). A ação foi realizada em comemoração ao Dia Internacional do Deficiente Físico, celebrado no último 3 de dezembro, e também em alusão ao Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual.
A supervisora de terapia ocupacional do Centro de Reabilitação Visual, Elne Leitão de Abreu, destacou as linhas de cuidados adotadas na unidade. “Pudemos proporcionar às pessoas presentes conhecer as potencialidades que o deficiente visual tem. A presença dos responsáveis pelas instituições garantiu esta nova percepção”, destacou.
Materiais que promovem estimulação visual, orientação e mobilidade foram expostos na ação. Entre os itens da exposição, máquina de escrever em braile, mapa múndi adaptado, jogos de tabuleiro com apelo sensorial, entre outros.
Segundo a terapeuta ocupacional e especialista em orientação e mobilidade do CER Olho d’Água, Sandra Medeiros, a ação promove o dialogo com a sociedade sobre a rede de serviço especializada “O objetivo do Centro de Reabilitação é oferecer tratamento e proporcionar saúde. A programação foi pensada em gerar uma aproximação das pessoas que tem deficiência visual com a unidade de reabilitação, bem como com aqueles que não possuem baixa ou perda total da visão”.
Mayk Machado, presidente da Associação de Deficientes Visuais do Maranhão (ASDEVIMA), afirmou que no mês em que se comemora a luta da pessoa com deficiência, a finalidade é promover acessibilidade. “Nossa participação é de convite às pessoas para que conheçam o CER. Enquanto presidente da instituição temos estreitado relacionamento, fazendo o encaminhamento de demandas das pessoas que fazem parte da associação”, afirmou.
Emmano Pereira, de 60 anos, há quatro anos começou a perder gradativamente a visão. Atualmente, ele possui visão residual, não conseguindo identificar formas nem cores, apenas vultos. “Eu conheci o CER através da ASDEVIMA e há três meses realizo sessões de reabilitação. A reabilitação serve para te fazer aceitar que o problema existe, ensina a avançar apesar da realidade. A principal diferença que notei após iniciar o acompanhamento foi a segurança, pois quando temos a visão, os outros sentidos não são totalmente explorados”, destacou.
O judoca Igor Pontes, de 22 anos, nasceu com deficiência visual. Aos 11 anos ocorreu a perda total da visão. “Iniciei minha vida esportiva praticando o goalball, depois mudei para o judô e há um ano e meio participo de competições. Dentro do tatame a gente aprende a ter noção de espaço, o que também nos ajuda na rua. Isso é muito importante para se ter a percepção dos obstáculos e no manuseio da bengala”, disse.
Durante a programação, os atletas apresentaram o goalball, modalidade esportiva onde o objetivo dos jogadores é lançar bolas, que possuem guizos de orientação; e demonstração de judô com dois atletas do CEDEMAC.
Elcilene Frazão, presidente do CEDEMAC, enfatizou a importância do esporte. “Na atividade esportiva não existe raça, cor ou deficiência, mas sim atletas dispostos a lutar para subir no pódio”.
Enquanto acompanhava o filho Wellington, de 11 anos, que recebia tratamento com a psicopedagoga, Maria das Dores Silva Santos, de 45 anos, acompanhou as atividades realizadas no CER Olho d’Água. “Acho uma atividade bastante importante, ainda mais porque as pessoas aprendem a se superar usando o esporte, mostrando que elas podem ter tanta liberdade quanto nós que não temos nenhuma limitação física”, comentou.