SES realiza coleta de células-tronco para transplante no Hospital Macrorregional Tomás Martins

O Hospital Macrorregional Tomás Martins, em Santa Inês, realizou pela primeira vez procedimento de coleta de células-tronco para transplante. Na unidade da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o procedimento foi realizado no centro cirúrgico durante uma cirurgia cesariana. A coleta das células foi retirada do cordão umbilical e da placenta, e o conteúdo foi armazenado para congelamento adequado até ser transplantado.

Durante o início da segunda gravidez, Seliane Abreu Castro de Jesus, de 39 anos, foi surpreendida com o diagnóstico de leucemia do marido Jorge Rego de Jesus. “Eu já estava grávida, e na semana seguinte tivemos o diagnóstico do meu marido com leucemia”, declarou a paciente da Policlínica Santa Inês.

Durante suas consultas, a equipe médica da Policlínica, além de atender a paciente, indicou e auxiliou na busca de exames e condutas para que fosse realizado o transplante por células-tronco, a partir do cordão umbilical do bebê. Com a compatibilidade de pai e filho foi sugerida a realização do procedimento no Hospital Macrorregional Tomás Martins, o primeiro a ser feito na região.

A coleta de células-tronco para transplante foi realizada em 6 de fevereiro. A enfermeira da maternidade, Fernanda Ruth Aguiar Barros, recebeu treinamento pelo laboratório de rede privada, sendo a primeira vez da conduta na unidade. Além disso, o laboratório deu suporte com materiais necessários para que o procedimento fosse feito.

“Foram 30 minutos de coleta desde o clampeamento do cordão umbilical. Realizei a punção do cordão com a placenta intrauterina, até coletar o máximo de sangue na bolsa coletora, além disso foram realizadas duas punções extrauterinas e limpeza do cordão umbilical para armazenamento”, explicou a enfermeira Fernanda Ruth Aguiar Barros.

O pré-natal de Seliane Abreu foi acompanhado na Policlínica Santa Inês. “Eu só tenho de agradecer toda equipe da Policlínica que sempre me receberam bem, com apoio e atenção. A minha médica Laisa me ajudou muito durante todo esse tempo e desde o posto de saúde fui muito bem atendida” declarou a paciente.

“Foi um momento único, ímpar que vai proporcionar um grande avanço na região, principalmente para que dê tudo certo para salvar a vida do pai do bebê e fazer esse transplante de medula a partir da captação das células tronco da membrana placentária”, afirmou a supervisora da maternidade Lisiany Sunally.

O Isac nasceu com 3,750 quilos, e com ele também a esperança de cura do seu pai Jorge Rego de Jesus, que vai receber a terceira sessão de quimioterapia, e após sua estabilização, será preparado para receber o transplante.

A diretora geral, Fabíola Carvalho, ressalta a importância da coleta das células-tronco na maternidade do Hospital Macrorregional. “Poder contribuir na coleta desse material que é um procedimento inédito aqui na região, e vai ajudar essa família no tratamento, nos deixa muito feliz por fazer parte desse momento tão importante para ciência e essa família” finalizou.

A unidade de saúde é referência para as regiões de Santa Inês, Zé Doca e Pindaré. Em quase 2 anos a maternidade do hospital já realizou mais 1.600 partos, entre eles cesariana e normal. A unidade da rede estadual é gerenciada pelo Instituto Acqua.