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SES realiza ação pelo Dia D da Prematuridade na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão

“Aqui na maternidade fui muito bem acolhida durante todo o tempo de internação da minha bebê. Posso dizer que vencemos a prematuridade extrema. Passamos por uma grande batalha, mas tivemos apoio tanto da minha família quanto dos profissionais que nos acolheram aqui. Ela é o meu milagre de Deus”. O relato emocionado é de Alynne Diniz, 33 anos, mãe da pequena Ayla Vitória. A menina nasceu na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), com 27 semanas e pesando 640 gramas.
Durante sua permanência na unidade, passou por cirurgia vascular, enfrentou infecções, pneumonia pulmonar, anemia grave e realizou diversos exames. Foram 56 dias em ventilação mecânica (intubação) e 15 dias em oxigênio (CPAP), até superar os momentos mais críticos.
A experiência foi compartilhada em uma ação intitulada “Dia D da Prematuridade” e faz parte da campanha Novembro Roxo. Participaram profissionais de saúde e mães de bebês internados na UTIN, nas Unidades de Cuidados Intermediários Convencional (UcincO) e Canguru (UcincA), em um momento de troca e sensibilização.
A programação do Dia D da Prematuridade contou com a presença da médica neonatologista Zeni Lamy, professora titular da Universidade Federal do Maranhão, consultora do Ministério da Saúde para Atenção Humanizada ao Recém-Nascido e coordenadora de conteúdo do Portal de Boas Práticas do IFF/Fiocruz. Ela ministrou o Fórum da Prematuridade na MACMA.
“A importância do Método Canguru para qualificar o cuidado ao recém-nascido e à família, assim como para diminuir a mortalidade neonatal, é indiscutível. Atualmente, esse modelo de assistência é adotado em diversos países, inclusive aqueles com baixíssimas taxas de mortalidade, devido às evidências científicas que comprovam benefícios como maior duração do aleitamento materno, fortalecimento do vínculo com os pais, melhor desenvolvimento e redução de infecções, entre outros”, destacou a docente.
O evento incluiu ainda a palestra “Panorama da prematuridade no Maranhão”, apresentada por Maiana Brandão, enfermeira e Apoiadora Central da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) na Secretaria de Estado da Saúde (SES), no eixo saúde da criança.
“Eventos como esse são importantes porque a sensibilização alcança não apenas os profissionais, mas também as mães que estão na unidade neste momento. Levamos conhecimento para toda a população, e isso nunca é demais. A qualificação profissional, aliada à conscientização das famílias, é essencial no contexto da prematuridade. Muitas pessoas nem sabem o que é prematuridade, e precisamos trabalhar esse entendimento desde a concepção, gestação, parto e puerpério. Tudo isso é fundamental para reduzir a mortalidade e ampliar o conhecimento tanto para as famílias quanto para os profissionais”, destacou.
O cuidado especializado dispensado na unidade também fez toda a diferença para a recém nascida Ana Lavínia, atualmente internada na MACMA. A mãe da menina, Érica Santana, moradora de Lago dos Rodrigues, compartilhou sua experiência. “Estamos há três meses aqui. Sei que tudo é um processo e vamos sair daqui em breve. Ela é uma bebê muito prematura, então tem muita dificuldade, principalmente para respirar. Precisa de ventilação mecânica e outros procedimentos, mas sei que vamos conseguir superar com a ajuda de Deus e da equipe da unidade”.
A Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA) integra a rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e é gerenciada pelo Instituto Acqua.