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SES participa de simulado de resposta a ameaça à saúde pública no Porto do Itaqui

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) participou de um simulado prático de caso suspeito de sarampo, realizado na área primária do Porto do Itaqui, em São Luís, nesta segunda-feira (15). O treinamento foi promovido pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) e aconteceu no Berço 99, tendo como instrumento o navio de carga Taygetus, de origem caribenha, proveniente de Barbados.
“É importante que a resposta aos casos suspeitos de sarampo no contexto de embarcação seja coordenada e feita de maneira articulada. Nesse sentido, o envolvimento dos vários setores do sistema de saúde — o que inclui também a Agência Nacional de Vigilância Sanitária —, bem como das empresas que atuam na localidade, depende de uma boa e fluida comunicação para que seja realizado um manejo rápido, seguro e assertivo”, destacou a coordenadora do CIEVS-SES, Jakeline Trinta.
O treinamento permitiu aos envolvidos atualizar os protocolos assistenciais e de manejo diante de um possível caso da doença infecciosa grave. A transmissão do sarampo ocorre pelo contato com gotículas e aerossóis liberados no ar pela pessoa infectada, por meio da tosse, do espirro, da respiração e da fala.
O cargueiro Taygetus possui tripulação de origem russa, e a última atracação havia ocorrido na China. Para evitar contaminações cruzadas, os profissionais envolvidos precisaram estar devidamente paramentados com máscara do tipo N95 ou PFF2/P2, luvas, macacão sanitário e protetor ocular.
Ainda na simulação, foram elencados dois voluntários que apresentavam febre alta, de 38,5 °C e 39,5 °C, respectivamente, há mais de quatro dias, com exantema intenso, além de conjuntivite e forte dor de cabeça. Para o exercício, foram destacadas duas ambulâncias com suporte de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o transporte sanitário dos casos suspeitos.
Para o acolhimento de pacientes com suspeita de contaminação, a SES conta com um fluxo pré-estabelecido, definido por meio do Comitê de Desastres, cuja referência de urgência e emergência é a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Itaqui-Bacanga. Caso seja identificada a necessidade de regulação para unidade hospitalar, as referências na Rede Estadual são os hospitais da Ilha e o Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), enquanto, na rede particular, o UDI Hospital.
“Por se tratar de uma área portuária, a UPA do Itaqui-Bacanga foi definida como unidade de referência para o atendimento de vítimas em caso de emergências ou desastres ocorridos no porto. A equipe está preparada para atuar tanto na atividade simulada quanto em uma eventual situação real, garantindo resposta rápida, organizada e adequada à população”, afirmou a coordenadora de Urgência e Emergência da SES, Nayanne Lara Rocha.
Além da atualização do manejo e do fluxo assistencial, o exercício de simulação também testou a comunicação para garantir coordenação eficiente durante emergências; a verificação e a ativação do Centro de Comando e a aplicação eficaz da estrutura; a tomada de decisões diante de eventos inesperados, como a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); e o fluxo de comunicação e interação previstos no Plano de Contingência.
Para a enfermeira do trabalho da Emap, Benilda Souza, vinculada ao setor de Saúde Ocupacional, a saúde pública é de interesse internacional. “O exercício simulado do Plano de Contingência de Emergência em Saúde Pública é de interesse internacional e tem como objetivo testar a resposta da autoridade portuária e das instituições envolvidas diante de um possível evento. A ação integrou diversas instituições com a finalidade de conter uma possível ameaça à saúde pública.”
Segundo o coordenador de Operações da Emap, Paulo Rafael Alves, o treinamento simulado também foi replicado nos portos da Ponta da Madeira (Vale) e da Alumar. “É de grande importância, principalmente porque estamos trabalhando com o simulado em três portos da Baía de São Marcos. É necessário que tudo aconteça de forma padronizada para que possamos atuar de maneira eficiente e em menos tempo, salvando vidas e evitando contaminações, tanto a bordo quanto em terra.”
Além dos profissionais do Porto do Itaqui, da Alumar e da Vale, também participaram equipes técnicas da Saúde Estadual, representadas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-SES), pela Rede Estadual de Vigilância Epidemiológica e Hospitalar da SES e pelo Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Maranhão (IOC/Lacen-MA), bem como pela Secretaria Municipal de Saúde de São Luís (Semus-SL).