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Paciente com implante coclear retorna para acompanhamento no HCM

A paciente Angélica Maria da Silva, de quatro anos, fez consulta de retorno, nesta quarta-feira (20), no ambulatório do Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM). Nascida sem audição, a criança foi submetida a procedimento cirúrgico para implante de aparelho coclear em abril deste ano e, em maio, fez a ativação do mecanismo, possibilitando ouvir sons pela primeira vez na vida.
O secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, participou da consulta de retorno de Angélica. Ele dialogou com a mãe da criança, bem como com as profissionais de saúde que acompanham a paciente.
“Momentos como o da pequena Angélica nos mostram a importância do SUS na vida das pessoas. Hoje ela começa a descobrir sons e viver experiências que antes não eram possíveis. Essa é a missão da saúde pública: Transformar realidades e devolver qualidade de vida”, destacou o secretário Tiago Fernandes.
Natural de Balsas, região sul do Maranhão, Angélica Maria fará retornos ambulatoriais no HCM a cada três meses para consultas com a fonoaudióloga e, conforme houver evolução, os encontros poderão ser ampliados, de seis em seis meses, até um ano.
Segundo Maria Auxiliadora Lopes, 30 anos, mãe de Angélica, são quatro meses de uma nova vida para a menina. “É tudo novo para ela. Quando há muito barulho em um lugar, ela fica procurando de onde vem o som. Ela mesma já se adaptou a pegar o aparelhinho e colocar. Não quer ficar sem ele”, comentou.
Na consulta foi observado tanto o funcionamento do aparelho como também foram feitos ajustes sonoros de forma a ampliar a sensibilidade auditiva. A cada consulta orientações sobre o processo de habilitação sonora progressiva ao qual a criança está sendo submetida, bem como os avanços dados durante as sessões de fonoaudiologia que ela está fazendo na cidade de origem.
“Ela já iniciou a terapia com a fonoaudióloga e agora vamos fazer novo mapeamento para averiguar como está o desenvolvimento dela durante esse tempo. A partir de agora, serão acompanhadas as respostas aos tipos de som e a atenção ao que é dito. Até o balbuciar, que é uma intenção comunicativa, nós avaliaremos também daqui para frente”, disse a fonoaudióloga do HCM, Erica Caldas.
A médica cirurgiã otorrinolaringologista do HCM, Aline Bittencourt, explicou o processo de aprender a falar. “A partir de agora, vamos nos concentrar em fazê-la compreender o que é dito para poder começar a falar. De uma forma geral, ela pode começar a falar daqui a um ano. Ela já gosta de escutar. Então, o fato de acordar e colocar o implante é porque já faz parte da vida e do exercício diário dela”.
O aparelho coclear utilizado em Angélica é da empresa MED-EL, modelo Artone 3 MAX. O dispositivo eletrônico é composto por duas estruturas: Um eletrodo fixo localizado dentro da cóclea (parte do ouvido que transforma sons em sinais elétricos para o cérebro) e outra móvel, do tamanho de um botão, que fica acoplada na parte externa da cabeça por meio de um ímã subcutâneo.
O mecanismo pode ser acionado via bluetooth e tem em sua configuração quatro tipos de programações auditivas. Para cada semana do mês, será utilizada uma programação diferente até que a criança esteja plenamente adaptada ao equipamento e distinguindo com facilidade os diferentes tipos de timbre, inclusive a sensibilidade aos volumes alto e baixo.
É a combinação desses itens que permite a Angélica ouvir sons, cuja qualidade sonora é digital e busca reproduzir a audição da forma mais natural possível. “Ela está mais sociável e ativa. As professoras da ala funcional da escola onde estuda disseram que ela está muito atenta. Ela fica prestando muita atenção quando as pessoas falam. Meu sentimento é de realização e felicidade”, acrescentou a mãe de Angélica.
No Maranhão, o Hospital Dr. Carlos Macieira é referência na Rede Estadual de Saúde para implante coclear em crianças e adultos. “O processo de implante coclear é uma grande conquista da Rede Estadual de Saúde do Maranhão, já que não era feito pela rede pública. Nós passamos a fazê-lo e, com isso, também devolver qualidade de vida para quem não podia saber o que acontecia no mundo exterior”, pontuou o diretor-geral do HCM, Edilson Medeiros.
O Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM) integra a rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e é referência em procedimentos de alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS) no Maranhão.