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Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão reforça cuidados com a saúde mental materna

Uma roda de conversa foi realizada na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA) para promover o acolhimento emocional gestantes e puérperas. A iniciativa integra as estratégias do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), para fortalecer a promoção de cuidados psicológicos no período gestacional e pós-parto.
Durante a atividade, mães como Shirleândra Martins, de 23 anos, compartilharam suas experiências. Ela é mãe de João Levi, de apenas um mês, que está internado na UTI Neonatal da unidade. “Aqui na maternidade tenho tido todo apoio que necessito. Eu estava em um quadro bem delicado e, se não fosse a assistência e o auxílio dos profissionais, eu não estaria conseguindo segurar toda essa situação que venho passando”, relatou emocionada.
A MACMA, que integra a rede estadual de saúde e é gerenciada pelo Instituto ACQUA, busca oferecer suporte multidisciplinar às mulheres em situação de vulnerabilidade emocional. “A maternidade é feita de fases e desafios. A mulher se transforma quando inicia a gestação e precisa lidar com estresse, mudanças no corpo e nos hormônios. O processo gravídico-puerperal impacta diretamente na saúde mental, por isso precisamos ter um olhar carinhoso e cuidadoso com essas mulheres”, destacou Fernanda Vale, psicóloga da unidade.
Puerpério é o período pós-parto e dura até que o organismo da mulher volte às condições normais (pré-gestação). Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a depressão pós-parto afeta cerca de 15% das puérperas em países desenvolvidos e chega a 19% em nações em desenvolvimento.
Com base nesse cenário, a maternidade intensificou o acolhimento e o suporte psicológico às gestantes, como explica a psicóloga Camila Carrilhos. “Realizar ações como essa demonstra afeto, valorização e acolhimento nesse momento tão difícil. A saúde mental materna precisa ser amplamente discutida e, aqui na unidade, ela é prioridade desde o pré-natal até o atendimento neonatal”.
A gestante Thalita Tromkys, de 25 anos, também destacou a importância desse apoio. “Minha gravidez é de alto risco. Quando soube disso, fiquei muito apreensiva, mas aqui na maternidade, as psicólogas e assistentes sociais têm sido excelentes. Saber que tenho apoio me deixa mais tranquila”, afirmou.
De acordo com especialistas, sintomas como ansiedade, depressão, tristeza profunda e alterações de humor podem afetar não só a mãe, mas também o vínculo com o bebê e o sucesso do aleitamento materno. Por isso, a equipe multidisciplinar da unidade vem se capacitando continuamente para identificar sinais de alerta e, quando necessário, encaminhar as mulheres para serviços especializados.
Além do atendimento individualizado, a maternidade também promove ações coletivas de sensibilização, reforçando que o cuidado psicológico deve ser parte essencial do atendimento integral à mulher, contribuindo para reduzir casos de depressão pós-parto e outros transtornos mentais.