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Governo promove qualificação para aperfeiçoar atendimento em saúde a mulheres vítimas de violência

Com o objetivo de discutir estratégias de enfrentamento aos casos de violência contra as mulheres, o Governo do Maranhão, por meio da Coordenação de Atenção à Saúde das Mulheres da Secretaria de Estado da Saúde (SES), promoveu, nesta quinta-feira (11), uma webinar de Qualificação no Atendimento de Mulheres em Situação de Violência.
A agenda integra a programação dos 21 Dias de Ativismo para prevenção e proteção de mulheres vítimas de violência, tendo como público os profissionais da saúde que atuam nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e unidades hospitalares dos 217 municípios maranhenses.
“A iniciativa serviu para fomentar a implementação da Linha de Cuidado nos territórios, fortalecendo ações que integram o eixo da Política Nacional de Atenção à Saúde das Mulheres, ainda mais diante do aumento dos casos de violência contra a mulher em nosso estado. Por isso, é importante que os profissionais estejam qualificados para garantir um atendimento eficaz e resolutivo”, afirmou a coordenadora de Atenção à Saúde da Mulher da SES, Olívia Trindade.
A webinar funcionou como espaço de diálogo com os profissionais da Atenção Básica, incentivando-os a serem potenciais identificadores de casos de violência contra a mulher desde o primeiro atendimento realizado na unidade de saúde. A intenção é que o acolhimento aconteça de maneira integral, voltado à redução de danos e ao acionamento da rede intersetorial, considerando as graves repercussões físicas, emocionais e sociais que podem ser causadas à vítima.
Entre os pontos mais recorrentes nos relatos de violência estão queixas relacionadas à saúde física — como lesões, dor e incapacidades permanentes — e à saúde mental, incluindo ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.
Palestrando sobre os mecanismos de garantia de defesa da mulher vítima de violência, a técnica da Coordenação de Atenção à Saúde das Mulheres da SES, Iana Raissa Neves, afirmou que momentos como os proporcionados pela webinar são fortes aliados no enfrentamento das impunidades.
“Quando uma mulher em situação de violência chega aos nossos serviços, temos o dever de identificar suas necessidades e informar todos os direitos que resguardam sua integridade. Ao acolhê-la, devemos apresentar os dispositivos disponíveis e buscar, de forma intersetorial, no território, os serviços capazes de garantir sua proteção integral, inclusive os atendimentos de saúde necessários”, comentou.
Durante a webinar, foram apresentadas as fichas de comunicação compulsória e de comunicação direta ao setor de segurança para notificação de possíveis casos de violência contra a mulher. Também foi compartilhado o fluxo de atendimento que pode ser adotado pelos municípios, tendo como portas de entrada as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Policlínicas, hospitais, UBS e maternidades — responsáveis pelo acolhimento, classificação de risco, notificação e realização de testes rápidos, incluindo o de gravidez.
Além dessas ferramentas, os serviços de saúde localizados nos territórios também podem criar a Sala Lilás, espaço destinado ao acolhimento humanizado, garantia de direitos, integração com a rede de proteção e qualificação da escuta, evitando a revitimização das mulheres atendidas.
Com a qualificação, a SES busca não apenas fortalecer a proteção das vítimas, mas também reduzir a violência institucional, que ocorre quando instituições ou profissionais reproduzem comportamentos culpabilizadores, como omissão, negligência, burocratização do atendimento, desrespeito, discriminação e precarização da assistência.