Notícias
SES capacita médicos e enfermeiros para reforçar tratamento intralesional de pacientes com Leishmaniose Tegumentar
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta terça (9) e quarta-feira (10), o Treinamento Intralesional da Leishmaniose Tegumentar e Prática da Aplicação Intralesional do Antimoniato de Meglumina. A capacitação tem como público médicos e enfermeiros da Rede Municipal de Saúde do Maranhão, e tem o propósito de fortalecer a assistência aos pacientes com leishmaniose tegumentar.
“A capacitação é uma estratégia de estreitamento de trabalho com os municípios, pois além de oportunizar a presença de instrutores via parceria com o Ministério da Saúde, também queremos qualificar esses profissionais para que consigamos fazer o diagnóstico de forma mais efetiva, consequentemente um tratamento correto e resolutivo”, disse a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Tayara Pereira.
Nesta terça-feira (9), no auditório do Laboratório Central do Maranhão (IOC/LACEN/MA), os profissionais médicos e enfermeiros dialogaram sobre dados epidemiológicos da Leishmaniose Tegumentar, diagnóstico da Leishmaniose Cutânea, tratamento e cuidados gerais, monitorização de eventos e padronização técnica. A capacitação prossegue, nesta quarta-feira (10), no período da manhã, com atividade prática no Hospital Presidente Vargas, referência para doenças infectocontagiosas da rede da SES, em São Luís.
“Trouxemos os profissionais para discutirem os medicamentos disponíveis e também a implantação do tratamento intralesional. Trata-se de uma técnica menos invasiva cujo manejo é feito com a aplicação de três doses com intervalos de 15 dias no próprio domicílio do paciente”, detalhou a chefe do Departamento de Epidemiologia da SES, Monique Maia.
De janeiro de 2021 a abril de 2023, foram registrados 2.877 casos de Leishmaniose Tegumentar no Maranhão. Segundo dados do Departamento de Epidemiologia da SES, 24 municípios maranhenses são considerados prioritários para o controle e tratamento da doença. Os municípios com maior número de casos registrados são: Barreirinhas, Axixá, Brejo de Areia, Santa Luzia, São Benedito do Rio Preto, Marajá do Sena, São João do Caru, Vitorino Freire, Buriticupu, Urbano Santos e Açailândia.
Para a médica Renariadne Campos, que atua no município de Urbano Campos, o maior desafio é fortalecer o processo de conscientização do paciente. “Informação e aprendizado nunca é demais, principalmente com a disponibilidade de novas medicações. Até porque as pessoas que se encontram nos povoados muitas das vezes demoram para se dirigirem a um posto de saúde e, quando o fazem, a ferida já está em estágio avançado, o que prolonga o tempo de cicatrização e recuperação total”, explica.
O médico clínico geral da Unidade Mista do São Bernardo, em São Luís, Luiz Cunha, espera que o treinamento resulte em um melhor acolhimento dos pacientes. “A capacitação também serve como forma de fortalecimento da Atenção Básica. Assim vamos oferecer uma melhor condição de tratamento e saúde às pessoas que derem entrada no posto que geralmente é o que está mais próximo de sua residência”, disse.
Presente na mesa de abertura da capacitação, o técnico do Ministério da Saúde, Lucas Edel Donato, destacou que o propósito do treinamento seja o pontapé para as melhorias assistenciais voltadas para a Leishmaniose Tegumentar. “Nosso objetivo é compartilhar novas alternativas de tratamento, facilitando o acesso do usuário do SUS às estratégias disponíveis, bem como a uma melhor condição de manejo terapêutico”, afirmou.
Leishmaniose Tegumentar
A Leishmaniose tegumentar, conhecida como Ferida Brava, é uma doença que se manifesta através do aparecimento de lesões na pele ou nas mucosas da pessoa. Ela é transmitida por animais que vivem em ambiente silvestre, que após serem picados pelo mosquito-palha, também infecta as pessoas.
Os principais sinais são o aparecimento de bordas altas e endurecidas na pele, geralmente sem dor e que não diminuem mesmo com o uso de pomadas e antibióticos. As lesões na mucosa geralmente aparecem no nariz, podendo ocorrer ferimentos e sangramentos.
Os cuidados preventivos incluem o uso de repelentes, evitar exposição em ambientes onde o mosquito pode ser comum, manter a casa e arredores limpos, dar destino adequado ao lixo orgânico e observar o comportamento dos animais domésticos.