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Governo realiza cirurgia inédita para o tratamento da Doença de Parkinson no Hospital Carlos Macieira

A rede pública de saúde do Maranhão alcançou um marco histórico no tratamento da Doença de Parkinson. Pela primeira vez, um implante de eletrodo cerebral profundo indicado para tratamento foi realizado no estado.
O procedimento ocorreu no Hospital de Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira, referência estadual em procedimentos de alta complexidade neurológica, beneficiando um idoso de 73 anos, em São Luís, que convivia com a doença há 10 anos. O paciente teve alta hospitalar na segunda-feira (24). O implante foi realizado pelos médicos João Carlos e Murilo Marinho, ambos da equipe médica neurológica do hospital.
“Hoje damos um passo importante para a saúde pública do Maranhão e, para esse paciente, foi uma nova perspectiva de qualidade de vida. Esse avanço reforça o compromisso do Governo do Estado em ampliar o acesso a tecnologias modernas e fortalecer a nossa rede de alta complexidade. Continuaremos trabalhando para que cada maranhense tenha acesso a um cuidado digno, inovador e cada vez mais resolutivo”, comemorou o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.
O diretor-geral do HCM, Edilson Medeiros, destacou a importância desse procedimento para o avanço da saúde no Maranhão. “Esse procedimento é um marco para a saúde pública do estado, pois mostra que estamos avançando na oferta de tratamentos de alta complexidade dentro da nossa rede. A realização da estimulação cerebral profunda pelo SUS demonstra nosso compromisso em garantir que tecnologias modernas e altamente eficazes cheguem aos pacientes que mais precisam.”
Segundo a equipe médica, a Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é recomendada para pacientes que não alcançaram controle satisfatório da incapacidade motora — como tremores, rigidez e lentificação dos movimentos — mesmo após o uso das medicações disponíveis.
Tratamento
O tratamento consiste na implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, conectados a um gerador de impulsos, frequentemente chamado de marcapasso cerebral. Esse dispositivo emite estímulos elétricos contínuos capazes de modular circuitos neurais alterados pela doença, promovendo melhora significativa dos sintomas.
Para a realização da cirurgia, foi necessário um conjunto de materiais e equipamentos especializados, entre eles: sistema de planejamento computadorizado para cálculo preciso do alvo cerebral, dois eletrodos cerebrais profundos, extensões para conexão ao gerador de estímulo, gerador de estímulo recarregável e acesso integrado a exames de Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada.
“A combinação desses recursos garantiu a precisão cirúrgica e a segurança do paciente durante todo o procedimento. O período de internação após a cirurgia fica entre 3 e 5 dias, variando conforme a resposta clínica do paciente”, explicou o médico neurologista João Carlos.
Após cerca de 30 dias, tempo necessário para a completa cicatrização, o gerador é ligado e os parâmetros de estimulação são ajustados em consultas periódicas, permitindo personalizar o tratamento de acordo com a evolução clínica.