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SES capacita profissionais da rede de saúde para diagnóstico e monitoramento de ISTs

O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), iniciou nesta quinta-feira (10), em São Luís, a oficina “Diretrizes nacionais de diagnóstico e monitoramento da infecção pelo HIV, hepatites virais, sífilis e outras ISTs”. A formação conta com o apoio do Ministério da Saúde e reúne profissionais da Atenção Primária em Saúde (APS) e da rede especializada, acontece até sexta-feira (11), no auditório da Faculdade Pitágoras, em São Luís.
Profissionais de 33 municípios maranhenses estão sendo capacitados. Esses municípios foram considerados prioritários em função dos altos índices que apresentam. Entre eles: Açailândia, Bacabal, Balsas, Caxias, Codó, Imperatriz, Buriticupu, Colinas, Barra do Corda, Barreirinhas, Coelho Neto e Alto Alegre do Maranhão. Os profissionais atuarão como multiplicadores em suas regiões, fortalecendo a rede local de diagnóstico.
Segundo a coordenadora do Departamento de ISTs/AIDS e Hepatites Virais da SES, Jocélia Frazão, a ação fortalece a rede municipal de saúde. “A proposta do Estado é apoiar os municípios com capacitações, visitas técnicas e orientação direta. Trabalhamos com visão ampliada, monitoramos as regionais e auxiliamos desde a gestão de insumos até o alinhamento técnico”, afirmou Jocélia.
De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o estado registrou, em 2024, 2.610 casos de HIV, 326 de hepatite B, 175 de hepatite C, 3.511 de sífilis adquirida, 1.987 casos de sífilis em gestantes e 709 de sífilis congênita. Até julho de 2025, foram notificados 1.017 casos de HIV, 109 de hepatite B, 53 de hepatite C, 1.820 de sífilis adquirida, 1.097 em gestantes e 352 congênita.
Para o Ministério da Saúde, a oficina é um desdobramento da Oficina Nacional realizada em 2024, em Brasília. “O Maranhão aderiu à proposta e está entre os estados que mais avançam na qualificação para diagnóstico laboratorial. A meta é contribuir para a eliminação da hepatite C e da Aids até 2030”, destacou Alison Bigollin, líder da equipe de diagnóstico do Departamento de HIV, hepatites virais, tuberculose e outras ISTs do Ministério da Saúde.
A programação inclui as palestras “Diagnóstico das hepatites virais”, “Diagnóstico da infecção pelo HIV”, “Diagnóstico da Sífilis e outras ISTs”, “Guia prático para execução dos testes rápidos” e “Orientação para capacitação prática”.
A oficina também destaca a importância do uso de novas tecnologias, como o autoteste para HIV — que pode ser utilizado em casa com acompanhamento profissional — e testes integrados, que identificam HIV e sífilis em uma única coleta, otimizando recursos e agilidade no diagnóstico.
Coordenadora do Programa de ISTs de Imperatriz, Kielma Costa, destacou que a qualificação dos profissionais tem reflexo direto na assistência. “Capacitamos mais de 70 enfermeiros da atenção básica e iniciamos formações em municípios vizinhos. Hoje, todas as 42 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Imperatriz estão aptas a oferecer diagnóstico com qualidade. Isso descentraliza o serviço, amplia o acesso e permite identificar e tratar precocemente infecções como o HIV. Quanto mais testamos, mais chances temos de iniciar o tratamento no tempo certo e interromper a transmissão”, frisou Kielma.
Investimento
Em 2025, a gestão tem investido em ações estruturantes na resposta às ISTs. Já foram realizados encontros como a construção das diretrizes estaduais de eliminação da AIDS até 2030 e, para os próximos meses, estão previstas agendas como a visita técnica do Ministério da Saúde ao município de Imperatriz, que se prepara para a certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV.
A Secretaria de Estado da Saúde também apoia articulações com a sociedade civil e lideranças nacionais, a exemplo do Encontro Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores do Sexo, fortalecendo o diálogo com populações vulneráveis e ampliando o alcance da política pública.