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Rede de Atenção Psicossocial do Estado transforma vida de pacientes assistidos
“Largar de usar drogas é mudar seu estilo de vida, é mudar o seu caráter. Eu zerei a minha vida, me recuperei, construí minha família e me sinto realizado na vida que eu tenho. Agradeço a Deus, a todos da Unidade de Acolhimento e ao CAPS AD Estadual pelo trabalho que eles realizaram na minha vida”, diz o corretor de imóveis, Ricardo da Silva Penha. Ricardo é uma das vidas transformadas por um dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial do Estado.
O corretor de imóveis conta que conheceu o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD Estadual), quando precisou fazer um tratamento contra a depressão. “Um tempo depois, aos 17 anos, acabei me envolvendo com as drogas, comecei com a maconha, passei por outros entorpecentes e me afundei no crack, chegando a morar na rua. Em 2009, minha mãe me propôs voltar ao CAPS, entre muitas recaídas, idas e vindas, passei também pela Unidade de Acolhimento e depois para a Fazenda Esperança. Hoje estou com sete anos de sobriedade e todo dia é comemorado como uma vitória”, conta Ricardo.
Essa é uma das histórias que incentivam a realização de campanhas como a do Janeiro Branco, que tem o objetivo de mobilizar a sociedade em favor da saúde mental. Nesta edição, a campanha tem como tema “Quem cuida da mente cuida da vida” e subtema “Pacto pela saúde mental, todo cuidado conta”.
Durante todo o mês, a Rede de Atenção Psicossocial do Estado estará mobilizada para discutir a saúde mental e a importância dos cuidados. Neste ano, o objetivo é promover a conscientização sobre a importância da prevenção do adoecimento emocional, tanto para pacientes, quanto para profissionais de saúde, principalmente durante a crise sanitária vivida atualmente.
De acordo com a chefe do Departamento de Atenção à Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Isabelle Rêgo, a política de saúde mental do estado tem trabalhado a importância do resgate da dignidade humana, oferecendo os serviços da rede SUS, acessíveis a toda a população.
“Também utilizamos serviços substitutivos de acordo com a Reforma Psiquiátrica, não com práticas manicomiais, mas de base comunitária, onde a pessoa pode fazer o tratamento e retornar para casa, continuar trabalhando, estudando, sempre ressaltando a questão da inclusão social”, destaca Isabelle Rêgo.
Rede de Atenção Psicossocial
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o atendimento a pessoas com os mais variados problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras drogas. Ela compreende desde as Unidades Básicas de Saúde, que fazem parte da Atenção Primária, aos serviços especializados.
A Rede integra o Sistema Único de Saúde (SUS) e é composta por serviços e equipamentos variados, tais como: os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); as Unidades de Acolhimento (UAs), Ambulatórios de Saúde Mental e Atendimento de Urgência e Emergência, cujo o hospital de referência é o Hospital Nina Rodrigues.
Ao todo, o estado possui 91 CAPS, dos Tipos I, II e III, AD, AD III, AD IV, e o CAPS Infanto-Juvenil, uma Unidade de Acolhimento Adulto e uma Infantil, além de 8 Residências Terapêuticas e um Hospital de Referência.
Ao longo do mês de janeiro, os equipamentos da rede promovem uma programação que inclui palestras, rodas de conversa, jogos interativos, atividades físicas e esportivas, entre outras que incentivem os cuidados com a saúde mental.